quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Para que servem os anjos



Se me quebras as asas,
me arrasto mais pro golpe surdo.
E tento voar pra ti,
anjo bêbado de tanto olhar
pros faróis verdes que me perfuram.

Se me quebras as asas,
me flui o sangue da ilusão,
hemorragia oculta que disfarço
com meu proverbial sorriso
de boas-vindas.

Se me quebras as asas,
é porque assim me queres, meu amor...
E se é de fato assim,
talvez, afinal, precises de mim,

cativo, junto a ti sempre, para que te exibas
em teu vôo solo diante de meus olhos
tangentes e esperançosos.



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